segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

grupo de dança afro Raízes de Taboquinhas

Nossa História em TaboquinhasemNossa História em Taboquinhas - 1 hora atrás
Uma homenagem ao grupo de dança Raízes de Taboquinhas que vem participando de vários eventos na região com o objetivo de resgatar e valorizar a cultura negra desde 2005. Uma criação da professora e coordenadora Tatyane Veloso na escola Paulo Souto. Parabéns!. Foto: Kananda, Arilma e Claudine(integrantes), Emmile, Alana e Angela (alunas participantes) depois de uma apresentação no projeto da Consciência Negra em Ubaitaba na escola C.E.U em 2011.

quinta-feira, 14 de junho de 2012


Rio de Contas:  dádiva divina. Aqui nasce e renasce a nossa história.


            O rio das Contas, um caminho de vida em Taboquinhas, no sul do estado da Bahia. Com a
chegada dos primeiros invasores tornou-se um caminho para a morte, pois a maioria da
população indígena que vivia em suas margens, próxima à sua foz, foi expulsa ou morta. Esta
é a história da primeira invasão do vale do rio das Contas, que está registrada no livro
Itacaré: cancioneiro histórico-geográfico de sua gente, de autoria de Otília Maria
Nogueira, moradora do lugar, agricultora e líder na comunidade à qual pertence, chamada
carinhosamente por todos de Dona Otilia



                       Então, Dona Otília evoca o espírito e a alma do lugar e transcende o tempo, para escrever sobre as estórias e as histórias do rio das Contas, em forma de um poema em seu livro: Itacaré - cancioneiro histórico-geográfico de sua gente. O rio das Contas “na escrita” de uma moradora da nossa  terra revela a sabedoria de uma mulher que teve e tem  o rio como seu melhor amigo, aliado.  Foi dali que sua família tirava o  sustento;  ela está ligada diretamente a terra, as águas, a sua gente, a sua cultura; é muito mais que tudo isso, é uma guerreira  indígena preocupada em aprofundar  e preservar com muita garra suas ricas  raízes.



XII
A origem do rio de Contas
É na Chapada Diamantina
Bem ali, na Serra do Tromba
Que vem suas águas puras e cristalinas
Que vem desaguando no seco sertão
E deslizando esta dádiva divina
II
Ele vem serpenteando pelos vales
Em gargantas estreitas se envereda
Descendo morro formando cachoeiras e cascatas
Banhando florestas, campos e selvas
Cortando o deserto e florindo a vida
E também as cidades junto dele se agregam
XIII
Sua nascente em Piatã
Na região central da Chapada
E rasga rumo ao mar
Cortando vários municípios e cidades
Onde muitos utilizam as suas águas
Para a formação de diversas barragens
XXIV
Depois de cortar várias léguas
Em Itacaré vem parar
Corta o município de leste a oeste
Com uma beleza sem igual
Na cidade faz a sua foz
Onde suas águas se encontram com o mar
XI
Mesmo assim foi o rio de Contas
Que nos ofereceu essa alegria
É o maior que nasce e deságua
No estado da Bahia
É o Nilo de Itacaré
Como os antigos diziam
I
Desde o homem primitivo
Que enfrentou o desafio
Deste amigo inseparável
Que igual nunca se viu
Ele é quase tudo em nossas vidas
Este amigo é o rio
III
Foi aí que o homem percebeu que o rio
Era de grande utilidade
Mesmo antes da agricultura
Se estabeleceu em suas margens
É fácil se entender as razões
E também as grandes vantagens
X
Que seria do homem sem o rio
De que ele ia viver
O feitiço do rio fascinou o homem
Lhe dando segurança e prazer
O rio lhe ofereceu seus encantos
Nas suas águas veio lhe acolher
IV
Água para beber, não lhe faltaria
A pesca sempre com fartura
O banho a tempo e a hora
A alimentação sadia e pura
Via natural de penetração
Maneira de viajar segura
V
Logo o homem criou suas embarcações
Na superfície das águas
Foi amadurecendo as idéias
Que com o decorrer do tempo, avançava
Uns aprendendo com os outros
De pouco a pouco, edificava
VI
O processo de secar o peixe
De objetos construir
De fabricar seus utensílios
De pesquisar e descobrir
De criar e melhorar seus projetos
De crescer e evoluir
VIII
Os povoados adornando o leito dos rios
E as cidades foram surgindo
Seu povo prosperando muito
E também sem sentir, foram poluindo
Transformando em grandes centros
E cada vez mais se evoluindo
VII
Na medida em que a curiosidade aumentava
As novidades aumentavam e apareciam os interesses
E foi se entrelaçando com a evolução
Aos poucos surgindo o comércio
Que cresceu em comunhão com as águas
E caminhou com o rio o grande progresso
IX
O homem e o rio estão ligados
Nada pode os separar
O homem se estabeleceu ao seu lado
O rio lhe ensinou a trabalhar
A cultivar a terra, produzir energia
Tirar o seu sustento e navegar
XV
Muito mais de 400 Km
Da Chapada Diamantina até aqui
O rio de Contas é um grande reduto
De peixe, camarão, pitu e acarí
Concentra os apreciados crustáceos
Igual a ele nunca vi
XIV
Ele vem recebendo outros rios
Igarapés e ribeirões
Alimentando com seu pescado
A humilde população
Que vive nas suas margens
E dali tiram a sua alimentação
XX
A pesca no rio de Contas nunca pára
É igualmente em Itacaré e Taboquinhas
Eles gostam de pescar com o anzol cursiando
Para pegar Robalo, Carapeba e Tainha
Do Pé da Pancada até a Volta do Saco
Às vezes, até a Pedra da Andorinha
XVIII
No sequeiro do Rasga Camisa
Dos acaris era morada
O saboroso peixe Cascudo
Que o nosso povo pescava
Ele vivia nas locas de pedras
E de limo se sustentava
XIX
Outros pescavam a Curuca
Que existia de montão
Juntavam várias famílias
Pescavam de mutirão
Mergulhados com sacos nos dentes
Para pegar Cascudo e o Camarão
XXI
E também pescam o Caçari
Que dá de tempo em tempo, mas com fartura
É um saboroso peixinho
Um Bagre em miniatura
Porém, depois da moqueca pronta
Deslumbra qualquer criatura
XVI
Temos de exemplo o velho Biduca
Que nunca veio do rio de mão pura
Maior pegador de pitu
Tinha munzuar com fartura
Espalhava pelo sequeiro
Biduquinha era uma figura
XVII
Tinha o porte de um pigmeu
As correntezas do fundo enfrentava
Patriarca de uma grande prole
Que com muita dedicação sustentava
Rezava de toda doença
Fazia remédio e curava
XXII
Suas pedras bordadas pelas lavadeiras
Que ganham o pão de cada dia
No Porto da Balsa, Volta do Saco
Para lá elas carregam suas bacias
Vão também para a Pedra de Emília Doce
Pedra do Sabe Tudo e cia

XXIII
Emília Doce era uma senhora
Que era descendente de africano
Que lavava a roupa de Landulfo
Entrava ano e saia ano
Naquelas pedras do rio
Alegre e cantarolando
XXV
Este rio é uma dádiva
Que o nosso Deus nos presenteou
Portanto agradecemos de coração
Pelo santo ato de amor
Que nessas águas lindas e barrentas
Muita riqueza gerou
XXVI
Encerro este capítulo
Com o mesmo desafio
Pedindo a vocês que preservem
As margens de todos os rios
Que a água é uma relíquia divina
Melhor do que ela nunca se viu.










sábado, 24 de março de 2012

Protesto na BR 101. Reivindicação ao governo J. Wagner para reiniciação da pavimentação da BA 654 que liga Ubaitaba_ Taboquinhas_ Itacaré, interrompida a quase 03 anos. Estamos todos nesta LUTA. Quem ama Taboquinhas quer sempre o seu melhor.  Junte-se a nós!Venha para o Movimento Pró Taboquinhas. Juntos somos fortes e fortes venceremos, acredite !!!
 
    •     Joyce Silva Em todo precesso histórico da humanidade, tudo que  conquistamos até hoje foi através de  muita luta. Nada foi adquerido sem esforço, sem batalhas, sem guerra. A ideia de criação deste Movimento é um marco em nossa hiostória, uma ação revolucionária, nova e transformadora. É também uma denúncia de que nossos governantes não tem feito aquilo que prometem há mais de 50 anos nos palanques em todo tempo de eleição, seja para prefeitos, deputados ou governadores. E mais, é o grito de socorro de uma comunidade que sofre muitas consequencias pervesas e desastrosas por falta de uma pavimentação desta estrada. 
    •     Nós já estamos fartos de tanto descaso dos governantes. Agora resolvemos agir com nossas próprias forças, nossas proprias armas:  a união do povo e a coragem para enfrentar tudo isso com muito orgulho, com muita fé em Deus e sem olhar para trás.  
    •     E lamentável que os políticos: prefeitos, vereadores estejam vendo a ação deste movimento como coisa negativa, mas, só para eles  porque  acabam de entender que o povo unido é independente, possui força e se cansou de ir até os demais para implorar  melhorias. 
    •     Será que os mesmos estão se sentindo impotentes, desmoralizados e inúteis? Ou com a consciência cobrada por não ter  atendido  a comunidade em SUA MAIOR NECESSIDADE no sentido de  realizar o seu  maior sonho que é a pavimentação da BA 654 em detrimento  a satisfação ecnômicos do Estado e dos empresários municipais e regionais ou  dos seus próprios interesses em transformar a promessa da estrada como ferramenta para ganhar votos?
    •     O mais triste de tudo isso é que o Prefeito da atual gestão, que prometeu resolver  esta situação, tem deixado de dar atenção a problemas gerais e graves da nossa região advindos da não melhorias da estrada,(ausência de atendimento médico, crescimento migratório de jovens da comunidade para outras regiões  em busca de emprego e formação acadêmica, deslocamento  total da população para  cidades vizinhas em busca de serviços de correio, telefonia, internet,  bancos , comércio  etc.), para satisfazer aos interesses econômicos das empresas de turismo de Itacaré.
    •       Portanto , daremos a respota em breve!!!
    •      Não temos nenhuma dúlvida de que VAMOS CONSEGUIR!!!!!! SOMOS FORTES!!!!!
    •     SE VOCÊ QUISER PARTICIPAR DESTA LUTA TAMBÉM, JUNTE-SE A NÓS!!

Nosso rico e saboroso cacau

O Cacau, que tanto sustentou seus senhores nas décadas de 30 a 80, hoje está reduzida a produção em toda regiáo cacaueira mas, não esqueço das barras de chocolate (cocada, pequenos tabletes amargos e ao leite, inclusive a mistura do leite quente ao pó do chocolate) que  minha avó Santa preparava no fogão a lenha em sua cozinha e depois chamava todos os netinhos para saborear. Que saudade! Ainda sinto o delicioso sabor... Aprendi,  desde pequena, sua receita observado-a quando estava lá na beira do fogão pela tarde fazendo  o maior barulho, mexendo pra lá e pra cá os grãos em uma bacia toda preta de fumaça. Ela nunca deixava eu chegar perto mas pedia para que eu a ajudasse a descascar as amêndoas.
Maravilhosa lembrança do chocolate caseiro da minha vó.



sábado, 10 de março de 2012

Ser criança em Taboquinhas





      Crianças na foto: (da esquerda para a direita) Mauro Jr. Clisman, Jeovane, Janaina e sua irmã Bárbara.



   A infância, naturalmente, é a melhor fase da vida de qualquer pessoa.  Aqui se brinca livremente pelas ruas nus e descalços, toma-se banho nas bicas quando a chuva cai, pra fazer de conta que é um chuveiro do céu,  faz-se amigos pela vizinhaça, banha-se nos rios e caçhoeiras, joga-se bola nos campinhos de futebool e orgulha-se de onde é morador.
    Estamos juntos e misturados , unidos pelo mesmo laço de parentesco, pelos mesmos desafios, pertencemos a mesma tribo, as mesmas raizes, e portanto a mesma história. Essas são as crianças da minha terra, da  nossa comunidade Taboquinhas.